Coreógrafos Internacionais

                           Pina Bausch
Pina Bausch nasceu em 27 de julho de 1940, na cidade de Solingen, Alemanhã, cresceu com os pais em um restaurante da família, onde já observava o movimento dos corpos. Ainda criança, aos cinco anos iniciou a dançar balé e aos quinze anos foi estudar na escola Folkwang Hochschule, formando-se em Dança e Pedagogia da Dança no ano de 1958, se consagrando como bailarina, coreógrafa, diretora de balé alemão e pedagoga em Dança. Ao ganhar uma bolsa de estudos, Pina continuou seus estudos no EUA, onde passou três anos na escola Juilliard School of Music, em Nova York, de 1959 a 1962. Aos 33 ano Bausch é contratada para dirigir o Wuppertaler Tanztheater; mais tarde mudado para Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Partindo para um horizonte infinito aos 68 anos.Como bailarina Bausch recebeu o ensino da dança liderado por Kurte Jooss, Segundo Pina Buasch aprendendo técnicas de danças excelente. Como tutores no EUA teve: Anthony Tudor, José Limon e Mary Hinkson. Colabora com o New American Ballet e com a Metropolitan Opera de Nova Iorque. No regresso integra a nova companhia de Folkwang d'Essen, na localidade onde estudou.
ALGUMAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR BAUSCH
•Montagens aleatórias.
•Repetição.
•Realizava perguntas aos seus bailarinos.
•Baseava-se nas histórias de seus bailarinos.
•Temas Humanos.
•Relações entre feminino e masculino.
•Recursos tecnológicos sofisticados.

ALGUMAS OBRAS DE BAUSCH
1973 – FRIZ, IPHIGENIE AUF TAURIS
1975 – ORPHEU UND EURYDIKE
1976 – DIE SIEBEN TODSÜNDEN
•1978 – KANTAKTHOF (Pátio de contatos), CAFÉ MULLER
1980 – EIN STUCK VON PINA BAUSCH
1982 – WALSER
1990 – DIE KLAGE DER KAISERN
1991 – TANSABEND II
•2001 – ÁGUA
•2003 – NÉFES
•2009 – “COMO EL MUSGUITO EN LA PIEDRA, AY SI, SI SI…”

O PROCESSO CRIATIVO DE WUPPERTAL DANÇA-TEATRO
O processo de criação se dá a partir de técnicas de dança, como o balé clássico e muitas formas de dança moderna, e com a repetição diária de exercícios e de sequência de movimentos pré-estabelecidos. Para introduzir a contribuição criativa dos bailarinos a coreógrafa apresenta uma questão, um tema, uma palavra, sons ou combinações de elementos, algumas destas questões devem ser respondidas em forma de movimento. Ao final do processo, pede para cada um juntar os movimentos que ela trouxe as improvisações pessoais que tenham sido selecionadas e compõe um solo de dança.
A Dança Teatro de Pina Bausch

A dança-teatro de Bausch inverte os papéis de executor e observador rompendo com formas tradicionais da dança-teatro, utilizando-se de ações paralelas, contraposições estéticas, repetições propositais e uma linguagem corporal incomum para a época.
Ela se voltou para uma dança cênica, diretamente ligada ao teatro falado. Colagens de música popular, clássica, jazz e enredos fragmentários culminaram numa nova forma de encenação, caracterizados por ações paralelas, contraposições estéticas e uma linguagem corporal incomum para a época.


“Cada peça é diferente, mas profundamente ligada a mim", descreve Pina Bausch na sua acepção de teatro-dança. Seu trabalho combina tristeza e desespero calado com "a expressão calorosa do amor à vida", descreveu uma crítica. "Os temas permanecem os mesmos; o que muda são as cores", explica a coreógrafa. Ao narrar, ela se mantém fiel a determinados princípios: ações simultâneas, marcação das diagonais do palco, repetições propositais e suspense dramático por meio de contraposições e progressões.” Pina Bausch
”Apesar dos êxitos das últimas décadas, a coreógrafa e dançarina prossegue seu trabalho incansavelmente. "A única coisa a fazer é realizar o trabalho junto com os dançarinos, de modo que cada apresentação seja um prazer. E isso tem que ser retrabalhado todas as noites." Pina Bausch

Pina Bausch e suas considerações
“ Meu interesse primário não é em como o corpo se movimenta, mas o que movimenta seu corpo.”
“Me parece importante que as pessoas mudem os momentos de sua vida. “
“O Sentimento sobre o que está acontecendo no mundo é sempre um novo momento.”
“Quando faço uma nova criação, ela surge não importa como.”

Trabalho desenvolvido pela acadêmica Franciele Serpa.

Download dos arquivos desse trabalho:



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                                      Steve Paxton
 
 
Dançarino e coreógrafo americano nasceu em Tucson, Arizona, em 1939. E teve sua formação em dança com Merce Cunningham e José Limón, importantes nomes da dança norte-americana.
“Eu fui criado numa época em que o homem estava na guerra e a mãe trabalhando. Então, eu ficava por minha conta muito tempo. De alguma maneira, o que fazíamos, quando criança, no campo... Nós não apenas escalávamos as árvores, nós brincávamos nas árvores como macacos. Ficávamos horas e horas nas árvores. Balançávamos em longas cordas, dávamos estrela... Essa era a forma como passávamos maior parte do tempo. Comecei bem cedo, [o movimento] sempre esteve lá.” (Steve Paxton em entrevista à Fernando Neder. O Percevejo Online, Periódico do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas - PPGAC/UNIRIO, 2006)
Num contexto histórico de importantes transformações sociais e econômicas mundiais, surge nos Estados Unidos um movimento Judson Church Dance Theatre  que através dos happenings  tornou-se de grande valor para o âmbito da dança na pós-modernidade.
Em nessas circunstâncias de intensas experimentações na dança, que o artista Steve Paxton desenvolve seu trabalho a cerca do contato improvisação que surge aproximadamente entre as décadas de sessenta e setenta.
Steve Paxton interessado em estudar os princípio dos movimentos, começou sua investigação sobre o corpo praticando Dança e Aikidô  e também participou do Movimento Judson. 

 
“Eu não via nenhum outro lugar para estudar os princípios que me interessavam. Pensei que a dança poderia tê-los. Então, estudei dança e performance. Estudei muitos tipos de dança. E continuei sem achar os princípios básicos.” (O Percevejo Online, 2006)
“Buscando pelos princípios básicos, então, eu encontrei o Aikido. Ele me pareceu ser mais básico.” (O Percevejo Online, 2006)
E é partir de então que ele desenvolve sua técnica, que caracteriza-se pela percepção do outro, movimentos de interação entre os praticantes, rolamentos e quedas, o que possibilita um alto nível energético, interações altamente dramáticas. Uma das características mais importantes dessa tecnica além de propiciar uma integração entre os participantes talvez seja a de possibilitar que todas as pessoas tenham a possibilidade de praticá-la, independente de peso, deficiência física, cultura ou etnia.



“Você tem alguma dica ou conselho para movedores buscando novos horizontes
em arte ou na própria vida?

“Praticar, praticar, praticar. É a mesma dica que todos já deram. Para trazer algo
do caos eu acho que você deve ser capaz de identificar e repetir. Até que fique claro. Portanto, quando você encontrar algo que não puder repetir, então aprenda a repetir isso. É muito difícil falar sobre isso, pois significa falar sobre o desconhecido e o futuro. Mas eu não acho que as coisas serão tão diferentes no futuro do que são agora. Ao menos por enquanto, ficarão como estão.””(Steve Paxton, O Percevejo Online, 2006)
 

Alguns vídeos:


http://www.youtube.com/watch?v=h4JcXB04UOg 

http://www.youtube.com/watch?v=O-KP2IK_bNw
http://www.youtube.com/watch?v=zn6aWIChgvY&feature=related  




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                                          Kazuo Ohnu

Nascido em 27 de outubro de 1906, Kazuo Ohno, japonês natural da cidade de Hakodate, em Hokkaido, foi em sua longa vida, um homem humanamente excêntrico. Dotado de extrema sensibilidade, tido como aquele que deu “alma” ao Butô e, que junto à Tatsumi Hijikata (1928-1986), desenvolveu essa arte que, assim como expõe Baiocchi em seu livro “Butoh: dança veredas d'alma”, transgrediu tanto a estética e a tradição japonesa quanto os padrões modernistas americanizados, consequentes da Segunda Guerra Mundial.
Ohno foi um estudante pobre, filho de uma dona-de-casa que tocava órgão e koto (uma espécie de cítara de treze cordas) e de um pai que era chefe de uma cooperativa de pescadores. Em 1920 foi morar com parentes residentes da cidade de Odate, na província de Akita, onde, na Escola Secundária Odate, pertenceu ao clube de atletismo e formou-se no secundário.
Já em Tóquio, após seis anos, entrou na Escola Atlética do Japão, porém, no mesmo ano, foi convocado para o serviço militar, retornando à Escola somente dois anos depois, quando então, deu continuidade aos estudos, tendo contato com os Exercícios Expressivos de Rudolf Bode (criador da ginástica rítmica moderna) que, por sua vez, foi aluno de Dalcroze.
No último ano da faculdade, em 1929, ao assistir uma apresentação da dançarina espanhola Antonia Mercé, conhecida como “La Argentina”, Ohno se impressiona e dessa emoção nasce sua inspiração para a dança - experiência da qual se utiliza para compor, cerca de 50 anos mais tarde, a performance, por muitos considerada sua obra-prima, “Admirando La Argentina” - . É nesse período, também, que se converte ao cristianismo.
O desejo de trabalhar com a dança, de forma artística, e o não contentamento em somente dar aulas, em um colégio feminino, de ginástica rítmica (prática que não prioriza a expressão das emoções), o levou a estudar com Baku Ishii e, em seguida, com Takaya Eguchi, ambos discípulos de Mary Wigman.
Em meio a esses acontecimentos Kazuo Ohno casa-se com Chie Ohtake e tem dois filhos. No ano seguinte ao nascimento do seu segundo filho, Yoshito, em 1939, Ohno é convocado novamente e enviado junto ao exército japonês, como segundo tenente, à guerra que se travava no norte chinês, retornando seis anos depois ao Japão e a seus estudos com Takaya Eguchi. Após cinco anos se apresenta pela primeira vez em uma performance junto com Mitsuko Ando, também aluno de Eguchi.
Por volta de 1954 Ohno e Hijikata se conhecem, encontro que faz germinar o Ankuko Butô (que originalmente significa “dança das trevas”), mais tarde denominado apenas Butô. Arte essa, nascida em um Japão pós-guerra, ferido e subordinado à presença norte-americana. Além de uma dança, para Kazuo, o Butô era uma filosofia onde elementos considerados rotineiros e cotidianos, como as emoções, as relações entre os humanos e a unicidade dos seres com o universo, são valorizados. Mas principalmente a morte, a dualidade “vida e morte”, evento ao qual todos estão destinados e mais próximos a cada instante, é posto como tema. A vida é fruto da energia vital, que, aos poucos se esvai. Segundo Ohno, “A vida e a morte são inseparáveis. E estão dentro de mim enquanto danço”.
Seus trabalhos são marcados por suas experiências na guerra, vivências diárias e valoração dos sentimentos. Vistos como ambíguos, com personagens, muitas vezes, além de extravagantes, do sexo feminino. Pode-se compreender que a representação da figura feminina, em cena, simboliza a vida lidando com a morte e os sofrimentos, por ser esse o sexo gerador da vida. No entanto:
“A perspectiva de Ohno é positiva apesar da imagem de decadência que
muitas de suas performances transmitem. Busca a luz além das trevas. É um
homem de fortes valores espirituais. Entre seus temas-mitos, fontes de inspiração
e transpiração, estão o Cristo, a mãe, a morte, o feto e o fenômeno da criação:
vida que alimenta a morte que alimenta a vida...” ( BAIOCCHI, Butoh: Dança
veredas da alma, 1995, p. 42 -43)
Ohno teve seu apogeu entre 70 e 90 anos, dançando e coreografando, ao longo de sua vida, performances importantes como “Minha Mãe”, “Mar Morto”, “Lírios de Água”, “Ka Fu Getsu Cho”, entre outras. Algumas delas, por vezes, dançadas em duo com seu filho Yoshito. Participou, também, de filmes como "The Potrait of Mr.O" (1969), "Mandala of Mr.O" (1971), "Mr.0's Book of the Dead" (1973), "The Scene of the Soul" (1991), "Kazuo Ohno" (1995) e The Written Face (1996). Sua ultima apresentação fora do Japão foi no ano de 1999, na performance “Requien para o século XX”, em Nova York. Com idade avançada e portador do Mal de Alzheimer, à medida que sua debilidade aumentava mais formas de dançar ele encontrava, chegando, inclusive, a dançar utilizando apenas as mãos, os olhos e a respiração.
“Na morte há vida, na vida há morte”*. Kazuo Ohno faleceu em 1º de junho de 2010, por insuficiência respiratória, em Yokohama.






* OHNO in Maura Baiocchi. Butoh: Dança veredas d'alma, 1995, p. 49



Bibliografia:

Baiocchi, Maura. Butoh: dança veredas d'alma. São Paulo: Palas Athenas, 1995.

http://www.caleidoscopio.art.br/entrevista/artescenicas/kazuoohno.html
http://www.caleidoscopio.art.br/entrevista/kazuo-ohno-biografia.html
http://www.corpointencao.com.br/historia.htm
http://www.ginasticas.com/conteudo/gimnica/gin_ritmica/ginasticas_com_gimnica_ginastica_ritmica_e_contorcionismo.pdfhttp://idanca.net/lang/pt-br/2009/10/15/ohno-um-filosofo-que-danca-para-sempre/12777http://idanca.net/lang/pt-br/2008/04/01/do-buto-a-conquista-da-galaxia/5487http://www.nytimes.com/2010/06/02/arts/dance/02ohno.htmlhttp://www.kazuoohnodancestudio.comTrabalho desenvolvido pela acadêmica Alice Braz Iturriet.Download dos arquivos desse trabalho:Texto: http://www.sendspace.com/file/909fo7Slides: http://www.sendspace.com/file/2ygop3Vídeo "Admirando La Argentina": http://www.sendspace.com/file/dfbimeEm caso de problema com algum link, avise nos comentários.


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                                William Forsythe

William Forsythe bailarino, coreógrafo e diretor nascido em 1949, em Nova Iorque, EUA. Estudou dança clássica nas escolas: Joffrey Ballet School e Ballet de Stuttgar.
“Urlicht” foi à primeira coreografia a ser elaborada por Forsythe, um dueto com música de Gustav Mahler.
Forsythe foi diretor por muitos anos da companhia Ballet Frankfurt, onde elaborou obras como: Teorema Limb (1990), The Loss of Small Detail (1991, em colaboração com o compositor Thom Willems eo designer Issey Miyake), Kammer / Kammer (2000), e decreation (2003). Mas em 2004, Forsythe optou por abandonar a companhia Ballet Frankfurt, devido a cortes financeiros, que comprometiam seu trabalho artístico; Criando uma nova companhia chamada: “Forsythe Company”. Onde criou obras como: Human Grava (2005), heterotopia (2006), The Defenders (2007), I Don't Believe in Outer Space (2008), entre outras obras.
Suas criações ficaram internacionalmente conhecidas, por desconstruir e reinventar o vocabulário clássico. Os conceitos matemáticos produzem a estética do trabalho de Forsythe. Ele tem sido escolhido inúmeras vezes como o "Coreógrafo do Ano" pelos críticos internacionais, recebendo várias premiações.
Reorientar e encorajar seus bailarinos, a reinventar o vocabulário clássico é um dos principais conceitos de seu trabalho.
Pensando nessa revolução Forsythe criou em 1994, uma ferramenta tecnológica que busca sensibilizar o olhar e a concepção cognitiva dos apreciadores da dança, através de sua linguagem corporal. Elaborou o CD-ROM (Improvisation Technologies) lançado em 1999, onde compreendendo 60 video-capítulos nos quais William Forsythe demonstra e comenta sobre os princípios essenciais de sua linguagem motora. Exemplos - especialmente dançados para o CD-ROM por membros do Frankfurt Ballet - podem ser acionados a qualquer momento. Também inclui uma performance solo de William Forsythe. Contém elementos 3D.
William Forsythe busca colaborar com os meios tecnológicos, academias, acadêmicos empresas e educadores, desenvolvendo novas abordagens para a dança, documentação, pesquisa e educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS


http://www.youtube.com/watch?v=cJx_nB5LdLQ
http://ceceumovimentun.blogspot.com/2009/05/william-forsythe.htmlhttp://www.ccb.pt/sites/ccb/pt- PT/Programacao/Danca/Pages/ImpressingtheCzar.aspxhttp://www.youtube.com/user/GrandpaSafari?blend=23&ob=5#p/u/1/SuK-Jeio5UEhttp://www.youtube.com/user/GrandpaSafari?blend=23&ob=5http://etendre.blogspot.com/2011/03/willian-forsythe.html

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                         Anne Teresa de Keersmaeker

"A coreografia é uma necessidade, era inevitável.
Nunca fui capaz de me apropriar dos gestos dos outros."
(Anne Teresa de Keersmaeker)

Anne Teresa de Keersmaeker, é considerada uma das coreografas mais notáveis da dança contemporânea. Nasceu em 02/06/1960 em Mechelen, mas foi criada em Wemmel, lugarejo típico da região de Flandres na Bélgica. Começou seus estudos de dança aos 12 anos, praticando uma mistura de ballet clássico, dança moderna e improvisação. Aos 17 anos foi estudar em Bruxelas, na École Annie Flore, após foi para a École de La Danse, de La Musique ET des Arts Du Spectacle, depois da segunda tentativa, entrou em Mudra, escola de dança de Bruxelas de Maurice Béjart que foi criada em 1970 e desativada em 1988. Na mesma época, criou sua primeira coreografia - Asch e acabou saindo de Mudra; foi para Nova York para o departamento de dança da Tisch School for the Arts. Em 1983 fundou a companhia de dança denominada “Rosas”, que a partir de 1992 começou a residir no Théàtre La Monnaie em Bruxelas. Anne só aceitou fixar a companhia, porque tinha três objetivos: intensificar suas descobertas sobre a dança e música, construir um repertório e criar uma nova escola de dança na Bélgica. “Rosas” possui um núcleo de bailarinos sólidos e tem como missão o ensino da arte, tendo alguns projetos educacionais voltados para dança contemporânea infantil e adulto, pessoas envolvidas com a arte da dança e para quem nunca havia dançado.
Em 1995, foi criada a P.A.R.T.S. ( Performing Arts Research e Training Studios ) uma iniciativa conjunta entre Rosas Companhia de Dança Belga a Opera Nacional De Munt / La Monnaie. Ela oferece uma formação técnica para bailarinos/coreógrafos. No mesmo espaço da Companhia também atua Ictus Ensemble, o parceiro musical mais freqüente de Anne Teresa.
Alguns princípios que marcam o percurso de Anne Teresa, a começar pelo inicio de sua carreira que possuía idéias básicas como, o circulo e o quadrado, a acumulação e a variação. Após um tempo começou a incluir textos e projeções no modo de fazer suas coreografias. Anne é uma mistura de passado e futuro, de tradição e ousadia conduz a dança de forma harmônica para além da separação do
clássico e do moderno, da dança teatral e não-teatral. Trabalha com padrões matemáticos e repetitivos, mas sem deixar de lado as emoções.
Anne sempre leva um fragmento de uma obra passada para a obra futura, a repetição leva a transformação, passando a ser um ponto de ligação entre uma obra e outra. Trabalha a dança com relação a musica, movimentos de expansão e recolhimento em torno de uma estrutura, e processos de escrita coreográfica. Anne é muito interessada na relação de dança e teatro, ela utiliza textos dramáticos para elaboração de suas coreografias e estruturação emocional de seus bailarinos. Utiliza também, como recurso em suas coreografias o abstrato, a repetição, a natureza, o pulso, a respiração, a variação e material produzidos por seus bailarinos.
Anne Teresa não se sente a vontade em ter que explicar seus trabalhos, prefere que as pessoas o assistam sem que ela influencie no olhar da platéia deixando assim seus pensamentos e sentimentos fluírem.
Alguns dos trabalhos de Anne Teresa


- Cesena 2011#
- 3Abschied 2010#- En Atendant 2010#- The Song 2009 #- Zeitung 2008- Keeping Still part 1 2007- Bartók/ Beethoven/ Schönberg Repertory Evening 2006- D'un soir un jour 2006- Desh 2005- Raga for the Rainy Season / A Love Supreme 2005- Kassandra - speaking in twelve voices 2004- Bitches Brew / Tacoma Narrows 2003- (but if a look should) April me 2002- Once 2002- Repertory Evening 2002- Rain 2001- Small hands (out of the lie of no) 2001- In real time 2000- I said I 1999- Quartett 1999- With / for / by 1999- Drumming 1998- Duke Blue-beard's castle 1998- 3 Solos for Vincent Dunoyer 1997- Just before 1997- Woud, three movements to the music of Berg, Schönberg & Wagner 1996- – Erwartung / Verklärte Nacht 1995- – Amor constante, más allá de la muerte 1994- Kinok 1994- Toccata 1993- Erts 1992- Mozart / Concert Arias. Un moto di gioia. 1992- – Achterland 1990- Stella 1990- Ottone Ottone 1988- Mikrokosmos 1987- Verkommenes Ufer / Medeamaterial / Landschaft mit Argonauten 1987- Bartók / Aantekeningen 1986 #- Elena's Aria 1984 #- Rosas danst Rosas 1983 #- Fase, Four Movements to the Music of Steve Reich 1982 #- – Asch 1980#Coreografias que fazem parte do repertório da Companhia ROSAS 2011
Filmes


- CounterPhrases 2003
- 1940 Retratos 2002- 2002 Corpo Acordos- Fase, quatro movimentos com a música de Steve Reich 2002- 2002 Vocabulário- 2001 Small Hands- Rosas Danças Rosas 1997- 1996 Tippeke- Sertão 1994- Mozart / Equipamentos 1993- Rosa 1992- Ottone / Ottone I e II, 1991- Hoppla! 1990- Monólogo Fumiyo Ikeda no final de Ottone, Ottone 198
MENSAGEM DO DIA INTERNACIONAL DA DANÇA 2011
I think dance celebrates what makes us human. When we dance we use, in a very natural way, the mechanics of our body and all our senses to express joy, sadness, the things we care about. People have always danced to celebrate the crucial moments of life and our bodies carry the memory of all the possible human experiences. We can dance alone and we can dance together. We can share what makes us the same, what makes us different from each other. For me dancing is a way of thinking. Through dance we can embody the most abstract ideas and thus reveal what we cannot see, what we cannot name. Dance is a link between people, connecting heaven and earth. We carry the world in our bodies. I think that ultimately each dance is part of a larger whole, a dance that has no beginning, and no end.
Anne Teresa De Keersmaeker

Trabalho desenvolvido pela acadêmca Jaqueline Silva Vigorito.

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Links sugeridos:


Achterland, Anne Teresa De Keersmaeker 3 de 7


Achterland, Anne Teresa De Keersmaeker 2 de 7


dance-tech.net bits: Anne Theresa de Keersmaeker @ MoMa NYC


Rosas | ROSAS DANST ROSAS


Performance 13: On Line/Anne Teresa De Keersmaeker Jan 12-16, 2011


Rosas Danst Rosas Anne Teresa de Keersmaeker 3


Rosas Danst Rosas Anne Teresa de Keersmaeker 2


Rosas Danst Rosas Anne Teresa de Keersmaeker 1


Fase - Anne Teresa De Keersmaeker & Michele Anne de Mey


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                                              Jirí Kilián 



Nascido em Praga(1947), República Checa, Jirí Kilián inicia sua trajetória na dança aos nove anos de idade no Ballet Nacional de Praga. Dá continuidade a esse processo ainda na sua cidade fazendo parte do Conservatório. Logo na Royol Ballet School, em Londres.
É contratado como bailarino por John Cranko (diretor de Sttgart Ballet) e encorajado por ele para criar sua primeira coreografia
Em 1973 posteriormente a criação de três balés para o Nederlans Dans Theater Kylián dá início a uma relação artística com esta companhia Holandesa que foi vinte e quatro anos dirigida por ele, onde permanece como coreografo.
Criada por aproximadamente vinte e dois “revoltosos” apaixonados pela dança e pelo anseio de lhe dar uma cara nova é que surge em 1959 a Nederlans Dans Theater, uma das principais companhias de dança nos dias de hoje. O olhar artístico de Kylián modifica - se consideravelmente para idéias de abstração e surrealista a partir de meados do anos oitenta, com trabalhos como Sarabande, Falling Angels.
Ao criar um estilo singular e bem particular, no percurso dos ano as coreografias Kylián provocam classificações acadêmicas, combina elementos de diversas fontes. A criação de suas coreografias são intensamente fundamentadas na leitura musical. Segundo Kylián há algo em sua obra profundamente penetrar no mistério do próprio ser humano, revelando traços ocultos através de sua dança. sempre novas inspirações para serem explorados, novos desafios e limites a serem superados.
No transcorrer de sua carreira Kylián ganhou diversos prêmios internacionais e honrarias
Diretor da holandesa Royal Ordem de Orange-Nassau, Doutor Honoris Causa pela Juilliard School de Nova York, três prêmios Nijinski em Monte Carlo (melhor coreógrafo da companhia, e trabalho ), Benois de la Danse em Moscou e Berlim, Medalha de Honra do Presidente da República Checa e du Chevalier
Légion d'Honneur, na França. Em 2008 foi premiado com o "Leão de Ouro Lifetime Achievement" da Bienal de Veneza durante o festival internacional dança contemporânea.Ainda em 2008 Sua Majestade a Rainha o presenteou com a Medalha da Ordem da Casa de Orange de Artes e Ciências. Para os Deuses e os cães (Nederlands Dans Theater 2008), ele recebeu os prêmios VSCD Zwaan para mais impressionante produção de dança. Em cima disso, recebeu o Prix Italia Film Award 2009, juntamente com a empresa de radiodifusão NPS, para a versão cinematográfica de asas de cera. Juntamente com o artista visual Jason Akira Somma (EUA) criou Anonymus - uma instalação de vídeo e dança, por ocasião da abertura do Festival cadance em 2011, Korzo Theater, The Hague, Holanda. No verão de 2006 em parceria com Boris regisseur Paval Comen, criou o filme intitulado CAR-MEN que foi coreografado "na posição" na superfície das minas de carvão marrom da República Checa.



Referências
http://wn.com/Jiri_Kylian acesso em 13 de maio ás 19:48.http://tradukka.com/pthttp://www.ndt.nl/http://translate.google.com.brTrabalho desenvolvido pela acadêmica Thuani Ceroni SilveiraDownload dos arquivos desse trabalho:Texto: http://www.sendspace.com/file/9aisqqFilme: http://www.sendspace.com/file/cmvq64Ji Kylin's Car men: http://www.sendspace.com/file/q06yhfEm caso de problema com algum link, avise nos comentários.

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                                           Trisha Brown




Nascida em 1936 EUA, considerada uma das fundadoras da dança pós-moderna.
Uma das coreógrafas mais inovadoras da dança pós-moderna nos Estados Unidos.
Em 1962 foi uma das bailarinas fundadoras do Judson Dance Theater grupo de bailarinos, músicos, artistas visuais, poetas e cineastas que se apresentou no Memorial Judson Church, Igreja fundada em 1890 pelo líder protestante americano Edward Judson, a qual se tornou um domicílio para dança, teatro e pintura, entre 1962 e 1964.
Na configuração de suas obras deixa claro sua crença que qualquer tipo de movimento pode ser considerado dança.
Em 1970 criou sua Trisha Brown Dance Company (TBDC), ainda em atuação.
No começo de sua carreira, juntamente com o grupo do Judson Church, renunciou as convenções de performance como atuação, execução, realização e representação em benefício da criação e improvisação coletiva.
Em suas coreografias experimentou a utilização de figuras geométricas criadas pelos corpos em movimento, evitando que fossem montadas utilizando o recurso de conto de histórias.
Suas obras foram apresentadas em locais alternativos como, telhados, paredes, estruturas montadas especialmente para suas obras, tetos, colunas.
Em Walking on the wall -1971(Caminhando na Parede), os bailarinos utilizavam equipamentos de escalada para caminhar na lateral de um edifício, obrigando os espectadores a apreciar a obra de ângulos não experimentados anteriormente.
Figure – 1974 (Figura), bailarinos com os olhos fechados. Movimentos de braços circulares em tempo padrão diminuído como aeromoças demonstrando medidas de segurança no avião.
Spanish Dance – 1973 (Dança Espanhola), uma bailarina vagamente levanta os braços como uma magnífica dançarina espanhola e viaja adiante. Quando A toca as costas da bailarina B, esta vagamente levanta seus braços e as duas viajam adiante, e assim continua até que todas as cinco alcancem a parede.
Sticks – 1973 (Varas), um graveto de dez pés é posicionado contra a base de uma parede. Já a outra ponta é colocada na cabeça do bailarino. O performer encarando o muro se movimenta mantendo o ângulo original do graveto até que a cabeça é introduzida à força entre o graveto e o chão.
Floor of the Forest – 1970 (Chão da Floresta), bailarinos entrelaçam-se em roupas, vestindo e desvestindo. Uma atividade normalmente realizada horizontalmente é remodelada pelo desafio da gravidade.
Leaning Duets I and II – 1970 (Duetos Inclinando I e II), I, pares de bailarinos andam de mãos dadas, inclinados, repartindo instruções verbais; II, pares se encaram, inclinando-se em cordas, mantendo a postura e guiando-se em diferentes direções através de comandos verbais.
Em 2009, com o cenário abstrato de L’Amour au Théâtre, Trisha Brown estréia nas artes visuais sobre o palco.
O destaque em suas coreografias é a utilização das ações e movimentos diários habituais, a utilização de espaços públicos alternativos que extrapolam os limites do palco, incluindo a forte característica de atenuar os limites entre a vida e a arte, através da apropriação do quotidiano.

“Se eu começar a soar como um pedreiro sem senso de humor, isso significa que você está começando a entender meu trabalho.”
Trisha Brown
Bibliografia:
http://www.trishabrowncompany.org/index.php?section=53#main Em 17/04/2011 às 22:00
http://www.bienaldedanca.com/_webapp_1171902/Trisha_Brown_Dance_Company Em 17/04/2011 às 22:41
http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-programa/599720-o-silencio-fluido-de-trisha-brown Em 17/04/2011 às 22:47



Trabalho desenvolvido pela acadêmica Rejanete Vieira


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                               Carolyn Carlson


Nascida na Califórnia em 1943 é uma coreografa e performer americana.
Carolyn Carlson se autodenomina “nômade” porque sempre foi uma viajante incansável.
Inicialmente estudou em São Francisco na Universidade de Utah, em 1965 ingressou na companhia de dança Alwin Nikolais em Nova York, depois em 1971 entrou para a companhia de dança Anne Béranger na França. Foi convidada para participar como coreógrafa da Ópera de Paris em Teatrodanza La Fenice em 1974, em Veneza ingressou no Teatro Helsinki City, em 1991 dirigiu o Cullberg Ballet na Cartoucherie de Paris e foi diretora do setor de dança da Bienal de Veneza em Roubaix de 1999 a 2002.
Herdeira de idéias sobre a composição do movimento, e a pedagogia de Alwin Nikolais, ela chegou à França em 1971. No ano seguinte, ela assinou um manifesto poético com o “ritual de morte para um sonho”, que define uma abordagem para o seu trabalho, ela traduz como: a dança que é fortemente orientada para a filosofia e espiritualidade.
Carlson prefere usar o termo "poesia visual" do que “coreografia” para descrever seu trabalho. Ela da luz a obras que expressam o seu pensamento poético, é uma forma de arte completa em que o movimento ocupa um lugar privilegiado.
Durante quatro décadas, sua influência e sucesso são consideráveis em muitos países europeus.
Ela desempenhou um papel fundamental no surgimento da dança contemporânea francesa e italiana com GRTOP (Grupo de Pesquisa da Casa de Ópoera do Teatro) na Ópera de Paris e La Fenice Teatrodanza.
Ela criou mais de 100 peças, um grande número dos quais são marcos na história da dança, incluindo densidade 21,5, O Ano do Cavalo, Lady Azul, Estepe, Maa, Signes, Escritos sobre a Água, e Inanna.
Hoje, Carolyn Carlson é diretora de duas organizações: o Centro Nacional Chorégraphique Roubaix Nord-Pas de Calais, que produz shows e turnês por todo o mundo, e o Atelier de Paris-Carolyn Carlson, que ela criou em 1999, com apoio da prefeitura de Paris, e rapidamente se tornou um mecanismo principal para a formação profissional de bailarinos e de apoio à criação de novos trabalhos baseados na sua técnica de composição e improvisação.
PREMIAÇÕES:
- Em 1968 ganhou o Festival Internacional de Dança em Paris como Melhor Bailarina;
- Foi premiada com o titulo de Chevalier des Arts Et. des. Lettres (Cavaleiro das Artes e Letras) da Republica francesa;
Em 2006, seu trabalho foi recompensado com o primeiro Leão de Ouro dado a um coreógrafo pela Bienal de Veneza.
ALGUNS DE SEUS TRABALHOS:
2005 Down by the river (reprise) - Down by the river (repetição) Inanna - Inanna Métaphore - Metáfora
2006 Obscure download - download Obscure If to leave is to remember - Se deixar de lembrar de SI Full moon - A lua cheia Double Vision - Double Vision Les Rêves de Karabine Klaxon - Sonhos de Karabine Horn Concerto 5.31 - Concerto 5,31
2007 Hidden - Oculto Li - Li (referência a um ideograma, trata sibre o estado orgânico padrão da natureza, e das ideias orientais de Tao e Yin e Yang) Anselm Kiefer vu par Carolyn Carlson - Anselm Kiefer visto por Carolyn Carlson Water born - Água nascido
2008 Blue Lady [Revisited] - Lady Blue eau - água
2009 Le Roi penché - O Rei olhou
- Les couleurs de Maduraï (As cores do Madureira)
- Les moines de la Baltique (Os monges do Báltico)
- DARK (escuro)
- Don't look back part 1 of 3 (não olhe para trás parte 1 de 3)
- Raghunath Manet
- THE RED DRESS (René Aubry. O vestido vermelho)
- THÉÂTRE DE LA VILLE (1984) TREE SONG. (René Aubry. Teatro da Cidade (1984) CANÇÃO DA ÁRVORE.)
- Victoire Des Signes (René Aubry. Sinais de vitória)
- Il vuoto nell'acqua
René Aubry é um compositor francês nascido em 1956. Ele é um multi-instrumentista, conhecido por misturar harmonias clássicas com instrumentação moderna. Aubry compôs para coreógrafos como Carolyn Carlson , Pina Bausch e Philippe Genty
Carlson diz que: "A qualidade do gesto, um gesto que deixa um rastro no espaço na memória, talvez seja o que eu procuro em um dançarino É difícil de explicar: Vem de dentro. Ele é invisível, mas também depende da vontade. Sim, eu posso ter um coração ajudando a uma bailarina que não tem, talvez, a tecnologia, mas tem uma personalidade, um poema. Bouchelagem Brahim é um deles ali. Sua ação é tão preciso que não seja esquecido".

Bibliografia
http://www.ccn-roubaix.com
www.atelierdeparis.org


Trabalho desenvolvido pela acadêmica Débora Pinheiro Damasceno


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Coreografias: 

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                                    Wim Vandekeybus


Wim Vandekeybus, nasceu em 30 de Junho de 1963, na Bélgica, bailarino, diretor, coreógrafo, ator, fotógrafo e cineasta, é um dos nomes mais destacados na dança contemporânea européia, consolidou-se como um dos mais importantes criadores de sua geração.
Quando estudava psicologia na Universidade de Louven, já era envolvido com o teatro, fotografia e filme, mas nunca havia se aprofundado nestas áreas.
Em 1985, fez um teste na Companhia de Jan Fabre, começou numa peça de cinco horas de duração, que tinha 14 atores no palco, sendo que Vandekeybus participou como ator e bailarino.
Mas como Fabre costumava trabalhar com bailarinos clássicos, o que não era o caso de Vandekeybus, ele resolveu se desligar da Companhia e começou a participar de workshops na Espanha e na Itália.
Foi em Madri no ano de 1986, com 12 jovens colaboradores, que Vandekeybus fundou a Companhia Última Vez, sendo que na época, ainda não havia desenvolvido um bom vocabulário de dança, então, escolheu partir do chão e usá-lo para desenvolver a movimentação que viria a distingui-lo, como uma movimentação: violenta, veloz, poderosa e sensual. Suas movimentações eram pautadas em torno do risco, como nas lutas orientais, a força do outro servia para construir a relação dos bailarinos com o chão.
O movimento de Vandekeybus tem muito a ver com a sua infância, filho de um veterinário criado no campo, que observava as reações instintivas e a confiança dos animais na sua força física.
Embora a sua formação seja em cinema, a sua obra se desenvolve sobretudo na área da dança, pois sem formação convencional em dança, Vandekeybus lançou novos parâmetros de linguagem ao recusar a dança pura como recurso principal. Além disso, procura estabelecer "confrontos e encontros" entre dança, teatro, cinema, literatura e pessoas.
Wim Vandekeybus se projetou em 1987, quando seu grupo apresentou sua primeira produção, What the Body Does not Remember (O que o Corpo não Lembra). Valendo-se de reações precisas e instintivas, o elenco do espetáculo arremessava pedras no ar e escapava de ser atingido por elas, desde que um bailarino tirasse o outro do lugar ou agarrasse, em tempo, o bloco de rocha em queda.
Tanto no cinema como na dança, a obra de Wim Vandekeybus desenvolve-se no seio das paixões humanas, no caos, evocando poderosamente o corpo para criar movimentos que hoje marcam na quase totalidade a sua obra: violento, enérgico, poderoso e sensual.
Dos 14 filmes, todos relacionados com as suas danças, nove são sobre seus espetáculos e cinco foram feitos para fazer parte deles.
Companhia Última Vez
Foi criada em 1986, e desde o início de sua Cia, com sede em Bruxelas, Wim Vandekeybus criou mais de vinte espetáculos, têm vários filmes e curtas-metragens. Sua ligação com o cinema permeia a sua produção em dança.
Desde a sua fundação, tem desenvolvido uma intensa programação internacional de dança contemporânea. Embora que por muitos anos incidiu essencialmente sobre a produção, promoção e difusão do trabalho de Wim Vandekeybus (dança, teatro, cinema), cada vez mais o grupo vem integrando muitas outras atividades e possui estrutura autônoma e independente, porém, conta com uma rede de co-produtores e parceiros para concretizar os seus projetos.
Os artistas da companhia são selecionados através de inúmeras audições em todo o mundo. Na audição, experiência ou formação em dança não são os critérios mais importantes, pois Vandekeybus está mais interessado na personalidade dos bailarinos e intérpretes, que trazem ao longo de suas carreiras, uma linguagem muito pessoal do mundo e do movimento.
Para comemorar vinte anos da Cia em 2006, Wim Vandekeybus compôs Spiegel, um espetáculo com cenas de seus primeiros trabalhos e das mais recentes produções.
Principais Obras Coreográficas
2011: Radical Wrong
2010: Monkey Sandwich
2009: NieuZwart
2008: Menske
2006: Spiegel
2005: Puur
2003: Sonic Boom
2002: Blush
2002: It avec Sidi Larbi Cherkaoui
2001: Scratching the Inner Fields
2000: Inasmuch As Life Is Borrowed
1999: In the Spite of Wishing and Wanting
1997: Seven for a Secret Never To Be Told
1996: Bereft of Blissful Union
1995: Alle Grossen decken sich zu
1994: Mountains Made of Barking
1993: Her Body Doesn't Fit Her Soul
1991: Immer das selbe gelogen
1990: The Weight of a Hand
1989: Les Porteuses de mauvaises nouvelles
1987: What the Body Does Not Remember
Principais Filmes
1990: Roseland
1992: La Mentira
1993: Elba et Fédérico (curta-metragem)
1994: Mountains Made of Barking (curta-metragem)
1996: Bereft of a Blissful Union Dust (curta-metragem)
1997: Body, Body on the Wall (curta-metragem)
1999: The Last Words (curta-metragem)
2000: Inasmush... (curta-metragem)
2001: Silver d'après Seven for a Secret Never To Be Told (curta-metragem)
2002: In the Spite of Wishing and Wanting
2005: Blush
2006: Don't Rewind Completely
2007: Here After et Sonic Boom
2010: Monkey Sandwich
Algumas citações de Wim Vandekeybus ao longo de sua carreira
"Sou um destruidor de formas".
“Acho necessário destruir o que parece seguro, para ter a chance de recomeçar sempre”.
"A violência presente nas minhas obras vem desse meu desejo de ir até ao desconhecido. Desconstruir as formas habituais de contar histórias e de dançar. Quero ser puxado para a frente, mas também para trás, para o passado”.
“Para mim, o que interessa é manter ativa a possibilidade de mudança. A energia e a força precisam aparecer junto com a vulnerabilidade e a fragilidade. Intimidade e ternura exploradas como um outro tipo de risco”.
"Para mim, a dança é sobretudo um meio para comunicar certas experiências, mas de uma forma abstrata, sem juízos de moral, onde cada pessoa pode encontrar qualquer coisa sua e pode se surpreender“.
"O cinema quer dizer algo com o movimento, e a dança, também. O cinema é um pouco mais livre no seu modo de dizer, e isso me intriga. Continuo apaixonado pela diferença entre as duas linguagens e acho que o cinema me ajuda a ver que a minha dança, não é exatamente o que se chama de 'dança contemporânea', pois talvez seja mais como o movimento em um viés cinematográfico".
“Os títulos dos meus espetáculos costumam ser frases e são muito importantes. Algumas frases eu invento, outras vêm de coisas que leio ou escuto. Às vezes surgem como um estalo. Mas são frases abertas. Gosto de trabalhar com os títulos, não gosto de nomes abstratos”.

Obs.: As referências bibliográficas estão contidas no arquivo de texto para download por motivo de insuficiência de espaço na postagem.

Trabalho desenvolvido pela acadêmica Denise Anjos Azevedo.

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                                               Mats Ek



Em 18 de abril de 1945, nasce na cidade de Malmö na Suécia um dos grandes nomes da dança pós-moderna, Mats Ek. Caçula de uma família de artistas, é irmão Niklas Ek que assim como ele também é bailarino e filho do ator sueco Anders Ek com a bailarina Birgit Cullberg fundadora da Cullberg Ballet, que durante a década 60, com seu estilo pessoal, apaixonado e bem humorado fez uma extensa carreira fora da Suécia.

Iniciou sua trajetória na dança aos dezessete anos de idade, estudandocom Donya Feuer em Estocolmo, em um curso de verãoEm 1965, ele estudouarte dramática na Escola de Arte Marleborg CollegeNorrköping, na Suécia. De 1966 a 1973 trabalhou de acordo com a sua formação inicial em teatro como diretor de Teatro de Bonecos, Stadsteater Estocolmo e na Royal DramaticTheater também de Estocolmo. A partir de 1973 voltou seus estudos em dança com diferentes mestres. Sua carreira de bailarino iniciou na companhia da sua mãe, o Ballet Cullberg que é sinônimo de consolidação e prestígio global.
Mats Ek entrou no mundo da dança e começou a criar para o Ballet Cullberg, e em 1976 tornou-se coreógrafo. Sua primeira obra foi “O Servo do oficial”. Ele também produziu as coreografias “Soweto” e “São Jorge e o Dragão” em que ele dançou o papel principal. De 1974 a 1975 trabalhou comodançarino na Deutsche Oper am Rheinem DüsseldorfDuisburgE de 1980 a 1981 foi bailarino e coreógrafo no Nederlands Dans Theater em HaiaA obra-prima das criações de Mats Ek foi concebida em 1982, uma revisão pessoal e inovadora de “Giselle”, que foi apresentada mais de 300 vezes em 28 países, pelo Ballet Cullberg. E em 1987 ele produziu sua própria versão de “O Lago dos Cisnes” que fez grande sucesso na Europa.
Foram um total de 26 anos que a família Cullberg assumiu a direção artística do Ballet Cullberg. Em 1967 até 1985 Birgit Cullberg, e no ano de 1982 Mats Ek assumi junto com sua mãe o cargo que só largou em 1993. Para a entrada de Carolyn Carlson que assumiu o cargo por um período de dois anos.
Em 1992 ele criou “Carmen” uma releitura contemporânea em uma versão de dança para TV. Já recebeu o prêmio Emmy para produções televisivas duas vezes uma com “Carmen” e ou com o dueto “Smoke” que mais tarde foi reformulado tornando-se “Solo a dois”.
Mats Ek tornou-se uma das grandes figuras da dança na Europa. Ele testemunha em voz alta a necessidade de pensar a dança como uma capacidade de traduzir a condição humana, e o movimento como um meio de expressão individual. O valor estético não é a prioridade de Ek. Ele usa técnicas clássicas, e também técnicas de dança moderna. As coreografias carregadas de dilemas psicológicos combinados com humor sutil. O estilo trata de corpos totalmente desenhados para o movimento com plenitude, clareza e a sensualidade. Para ele tudo pode ser incorporado na dança: o mundo da infância, a vida de amor, lendas e mitos de opressão em seus mais diversos aspectos, as esperanças e as confusões da alma. Em cada uma das suas criações a qualidade do movimento é experimentada como uma qualidade de vida.
Mats já foi coreógrafo de seu irmão Niklas Ek. Com sua esposa Ana Laguna e seu amigo Mikael Baryshnikov, ajudou a formatar e foi coreógrafo do espetáculo “Três Solos e Um Dueto” onde a montagem das coreografias “Solo for Two” e “Place” foram concebidas em um ambiente de muito acolhimento e afinidade. Atualmente desde que deixou de ser diretor artístico do Ballet Cullberg, ele combina seu trabalho como coreógrafo independente, com a direção de palco e projetos teatrais.
Mats Ek que criou cerca de vinte produções de dança para o Ballet Cullberg tem no repertório de sua extensa carreira as seguintes coreografias:



Servo do oficial 1976São Jorge e o Dragão 1976Soweto 1977A Casa de Bernarda 1978As quatro estações 1978Antígona 1979Memórias da Juventude 1980Caim e Abel 1982 (Operan)Giselle 1982Sagração da Primavera 1984Down Norte 1985Lareira 1985O Parque 1987O Lago dos Cisnes 1987Grama 1987 (Royal Ballet de Estocolmo)Como Antígona 1988Antigo Crianças 1989 Over There 1990 (Nederlands Dans Theater)Jornada 1991 (Nederlands Dans Theater)Seres de Luz 1991Carmen 1992Pointless Pastagens 1992 (Ballet de Hamburgo)Ela era negra 1995Solo a Dois 1996 A Bela Adormecida 1996 (Ballet de Hamburgo)


A Sort of 1997 (Nederlands Dans Theater)
Appartement 1999 (Ópera de Paris 2000)FLUKE 2002Alumínio 2005 (Compañia Nacional de Danza, Madrid)Ställe 2007Ickea 2007Den Andre 2007Rättika 2008 (The Royal Ballet de Estocolmo)



TV Ballets
São Jorge e o Dragão 1978Um Deus disfarçado 1980O homem e sua janela 1983Grama 1984Bernarda 1986Giselle 1987O Lago dos Cisnes 1990Velho e Porta 1991Mulher Molhado 1993Carmen 1994Fumaça 1995A Bela Adormecida 1999







Trabalho desenvolvido pela acadêmica Maiara C. Moraes Gonçalves.

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Links de vídeos:
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                      Merce Cunningham


Mercier Philip Cunningham nasceu no dia 16 de abril de 1919 na Centralia, Washington é chamado de Merce Cunningham. Foi estudar dança aos 12 anos, e aos 16 anos estuda teatro aprendendo técnicas de palco na Escola Cornish em Seattle. Perto dos 20 anos de idade conhece John Cage que tornou-se seu companheiro de vida e de palco. Também aos 20 anos de idade começa a aprofundar seus conhecimentos em dança com Martha Graham. Durante seis anos foi solista da cia. de Martha Graham, dois anos após sua saída da cia. cria uma escola para ensinar seu próprio método. Em 1953 funda a Merce Cunningham Dance Company, formada no Black Mountain College.

Demonstra o amadurecimento de um estilo próprio de dançar com as coreografias: "Solo Suite in Space and Time", "Dime a Dance", "Untitled Solo", "Fragments". No ano 1955 apresenta "Galaxy", em 58 "Summerspace", em 59 "Gambit for Dancers and Orchestra". Em 1964 aos 45 anos fez sua primeira turnê mundial. Aos 49 anos de idade, seu trabalho foi reconhecido nos EUA, com seu grupo sendo oficializado como companhia residente na Brooklin Academy of Music. No ano de 1969 assumiu a direção da Companhia de Dança Moderna de Nova York. Um ano depois destacou-se na França com "Signals" no Théâtre de France, e três anos depois na Ópera "One Day or Two". Aos 55 anos de idade criou "Events”, é a assinatura de Cunningham. São colagens coreográficas que incorporam trechos de obras de repertório passado e atual, e são muitas vezes criados para espaços não convencionais. Frequentemente fazendo uso de fantasias e decoração de obras de repertório anterior, Eventos apresentam música ao vivo composta especificamente para a ocasião.

Além de ser considerado um dos maiores bailarinos norte-americanos, era notável e aplicado, conhecido pela sua bela figura e pelo seu salto. Também é considerado um dos maiores coreógrafos. Cunningham coreografou mais de 200 obras para sua companhia. Entre seus colaboradores figuram John Cage, Jasper Johns, Andy Warhol e Robert Rauschenberg. De todos os seus colaboradores, a parceria e a amizade com John Cage, teve a maior influência sobre sua prática. Juntos, Cunningham e Cage inovaram nas artes.

A exploração da inovação fez dele um líder na aplicação de novas tecnologias para as artes. Ele começou a investigar a dança em filme na década de 1970, e foi o primeiro a coreografar usando o programa de computador DanceForms, durante a última parte de sua carreira. Seu interesse em novas mídias, levou à criação de segundas-feiras com Merce, que são webisódios online gratuitos, dedicados a explorar o trabalho de Merce Cunningham e os artistas associados com a Companhia de Dança Merce Cunningham.

Na temporada 2002/2003 a Merce Cunningham Dance Company celebrou o seu 50º aniversário, com performances em 2002 no Lincoln Center Festival, em Nova York, e em 2003 no Brooklyn Academy of Music’s Next Wave Festival. Entre seus muitos prêmios Cunningham ganhou algumas das mais altas honras concedidas nas artes, a Medalha Nacional de Artes (1990) e da MacArthur Fellowship (1985). Ele também recebeu o Prêmio de Jacob Pillow Dance em 2009, Praemium Imperiale do Japão em 2005, o britânico Laurence Olivier Award em 1985, e foi nomeado Officier da Legion d'Honneur, na França em 2004. A vida de Cunningham e visão artística foram objeto de quatro livros e três grandes exposições.

Merce Cunningham foi um dos resposnsáveis pelas mudanças de rumo na dança, tanto para quem fazia quanto para quem assistia. Entre suas características podemos destacar o desejo pela inovação e o gosto por associar a dança e a tecnologia. Ao longo dos setenta anos de sua carreira, sua dança tinha um caráter experimental e seu estilo era vanguardista. Se percebe em seus trabalhos uma técnica rigorosa e cerebral. Ora rejeitou a técnica clássica, ora assimilou suas influências. Alguns dizem que Merce foi um divisor de águas entre a dança moderna e a dança pós-moderna.

Ele mostra para seu espectador uma nova forma de olhar a dança. Foi o mestre do improvisso, algumas de suas coreografias recorreram a métodos aleatórios, não explorava movimentos lógicos mas sim os elementos fornecidos pelo acaso, chamado de Event. Com Cunningham, a dança começou a se separar da música. Ele compôs movimentos de maneira totalmente independente de qualquer partitura musical, e sem nenhuma proposição dramática ou sentimental. O ponto central da sua criatividade é o corpo e o movimento apenas.

Dançou até muito tarde, aos 80 anos ainda dançou um dueto com Mikhail Baryshnikov, agarrado a uma barra por conta da artrose que tomou conta de seus pés. Cunningham sempre com uma visão de futuro desenvolveu o Plano Legacy, para guiar a sua empresa e assegurar a preservação do seu legado artístico, a Merce Cunningham Dance Company, que já anunciou manter os espetáculos agendados para breve.

Foi um homem de muitos gostos e outros tantos mistérios que um dia confessou: “É preciso gostar-se muito de dançar para se manter ligado à dança. Ela não nos dá absolutamente nada, nem manuscritos para guardar, nem pinturas para exibir nas paredes de casa ou dos museus, nem poemas para imprimir e vender. Nada, a não ser o fugidio momento em que nos sentimos vivos.” Aos 90 anos de idade morreu tanquilamente, em sua casa em Manhattan no final do dia 26 de Julho de 2009.



Sugestões de vídeos de Merce Cunningham:



http://www.youtube.com/watch?v=bBzqu1EjJf4&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=is59-H8oGB0

http://www.youtube.com/watch?v=OBcwL8ROBAk&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=pGU2QQpQlD8

http://www.youtube.com/watch?v=pVpGDAfExUM

http://www.youtube.com/watch?v=ra2T_iMXQVM&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=u5sEnrQD_oU





Referências Bibliográficas:



Bourcier, Paul. História da dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 282-289



http://pt.wikipedia.org/wiki/Merce_Cunningham



http://www.dicasdedanca.com.br/grandes-nomes-da-danca-contemporanea-merce-cunningahm.html



http://www.merce.org/



http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_261.html



http://www.pucsp.br/~cimid/5cor/santana/cap2.pdf



http://www.revistadadanca.com/node/263


Trabalho desenvolvido pela acadêmica: Maiara Gonçalves.



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               Slides: http://www.sendspace.com/file/a0mdpo

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                      Meredith Monk





   “Eu trabalho entre as fendas onde a voz começa a dançar, onde o corpo começa a cantar, onde o teatro torna-se cinema.”* Meredith Monk


Cantora, performer, coreógrafa, compositora, diretora e produtora de cinema, Meredith Jane Monk nasceu em 20 de novembro de 1942 em Lima – Peru, porém viveu a maior parte de sua vida nos Estados Unidos; a música sempre esteve muito presente na sua família, por pelo menos quatro gerações – sua mãe era cantora, seu avô, baixo-barítono, e seu bisavô também cantava – e essa tradição musical proporcionou um “ambiente confortável” para Meredith e, juntamente com um espírito desafiador, levou-a a buscar sua própria forma de expressar-se através da música e de ‘sua arte’ de uma forma geral.
Sua base técnica se deu, primeiramente, através de um trabalho corporal embasado em técnicas como Dalcroze Eurytmics, que em suma se trata de aprender música através do movimento, porém com ela aconteceu de uma forma oposta, pois se achava sem jeito para dançar mas revelava surpreendentemente uma grande facilidade para a música. E experiências como essa, de ter vivenciado esse método, fez com que ela buscasse uma forma de trabalhar o movimento dentro de suas limitações e a pensar corpo e voz de forma intrínseca.
E conforme menciona Monk, certa vez por volta de 1965, ela deu-se conta de que sua voz poderia ter a flexibilidade e fluidez do movimento corporal; segundo sua percepção,
 
Imagens retiradas do site www.meredithmonk.org


 

“It was as if the whole world opened up, and then I realized that within the voice there could be different textures, colors, ways of producing sound, different genders and ages, characters, ways of breathing, landscapes.”
“Era como se o mundo inteiro se abrisse, e então eu percebi que, dentro da voz pode haver diferentes texturas, cores, formas de produção de som, diferentes gêneros e idades, personagens, formas de respiração, paisagens.” *
              Estudou música, teatro e dança, e após graduar-se em 1964 na Universidade Sarah Lawrence em Nova York, percebeu que seu trabalho aproximava-se com o cinema, pois as experiências com essas artes, segundo Monk, estavam muito ligadas a uma estruturação de imagens como num filme:

Imagens retiradas do site www.meredithmonk.org
 "my pieces were more gesture-based with a kind of cinematic syntax and structure. "
"minhas peças estavam mais baseadas em gestos com uma espécie de sintaxe cinematográfica e estrutural.”*

                        





                  E isso fez com que ela refletisse sobre como poderia fusionar diferentes elementos de distintas linguagens artísticas, bem como articulá-las no âmbito cinematográfico .
                  Dada sua característica inovadora, e o surgimento de um novo movimento cultural e artístico nos Estados Unidos em meados da década de 60 – Judson Church Dance Teatre - o seu trabalho teve um terreno fértil para desenvolver-se. Em meio a experimentações, estudos e uma originalidade característica, Meredith foi pioneira na “técnica vocal estendida”, e autora da “nova ópera”; não obstante, Monk propõe obras multidisciplinares e,

"cria trabalhos que intersectam música e movimento imagem e objecto, luz e som, num esforço por descobrir e tecer novos modos da percepção.”

             




                  Se utilizando da performance cênica, de outros cenários, que não só o palco, utiliza uma narrativa nos espetáculos, e com o apoio de novas tecnologias busca imagens significativas para a obra, e ainda,

Imagem retirada do site www.meredithmonk.org


 
“Equilibrando-se entre o sacro e o profano, sua obra busca a sublimação da natureza espiritual e se bate contra o sectarismo e a intolerância. "Em síntese, diz Bogdan, seu trabalho pode ser descrito como um ritual que celebra o poder do espírito humano."






Meredith Monk acredita que a arte pode proporcionar uma experiência de vivenciar o momento presente na sua totalidade, a essa relação entre a obra e o espectador, de alguma forma sensibiliza este, que muitas vezes se apresenta “entorpecido” pela velocidade, excesso, e fragmentação de informações da era globalizada.

Imagem retiradas do site www.meredithmonk.org




“Watching Monk’s work is like seeing music. Her movement style is a visualization of the dips and curves that echo the spiraling sound of her choir. Not like a chorus you are used to seeing stand on stage, but a moving, breathing, ‘dancing’ organism that embodies the sounds it creates.”
"Assistir à obra de Monk é como ver a música. Seu estilo de movimento é uma visualização dos mergulhos e curvas que ecoam o som espiral de seu coro. Não como um coro que você está acostumado a ver ficar no palco, mas um movimento, respiração, 'dança' organismo que incorpora os sons que cria."*




*Traduções minha.

Obras de Meredith Monk:
Óperas:


2006 – Impermanence
2004 - The Impermanence Project
2001 – Mercy
1998 - Magic Frequencies
1996 - A Celebration Service
- The Politics Of Quiet
1994 - American Archeology #1
- Volcano Songs
1991 - Atlas: An Opera In Three Parts
1990 - Facing North
1987 -The Ringing Place
1983 - The Games
1981 - Specimen Days: A Civil War Opera
- Music Concert With Film
1979 - Recent Ruins
1978- The Plateau Series
1972 - The Travelogue Series: Paris/Venice-Milan/Chacon
1976 – Quarry
1974 - Anthology And Small Scroll
1973 - Education Of The Girlchild: An Opera
1971 - Vessel: An Opera Epic
1969 - Juice: A Theater Cantata


Discografia:


2009 – Beginnings
2007 - Impermanence
2002 - Mercy
1997 - Volcano Songs
1996 - Monk And The Abbes
1993 - Atlas: An Opera In Three Parts
- Return To Earth On Of Eternal Light
1992 - Facing Nort
- Phantom Waltz
1990 - Book Of Days
1987 - Do You Be
1986 - Our Lady Of Late
1983 - Turtle Dreams
1981 - Dolmen Music
1979 - Songs From The Hill
1978 - Biography On Big Ego
1977 - Rally, Procession On Airwave
1974 - Our Lady Of Late
1970 - Key
1967 - Candy Bullets And Moon


Vídeos/Filmes:


2007 - Ellis Island & Book Of Days (Dvd)
1994 - 24 Hours Of Faces
1988 - Book Of Days
1983 - Turtle Dreams (Waltz)
- Mermaid Adventures
1982 - Paris
1981 - Ellis Island
1980 - 16 Millimeter Earrings
1979 - Ellis Island
1978 - Quarry
1977 - Humboldt's Current
1975 - Quarry
1971 - Mountain
1969 - Ballbearing
1967 - Children


Livros:


1998 - Art Performs Life: Cunningham/Monk/Jones
1997 - Meredith Monk
1991 - The Radiant Performer: The Spiral Path To Performing Power
Trechos de algumas obras:
(Impermanence/fragmentos)
(Education of the girlchild)
Músicas:
(Last Song - áudio)
(Last song - ao vivo)
(Meredith Monk - Dancing Voices (Oorsmeer / Big Bang Festival 2010)
Entrevista:

Filmes (trechos de The Book of Days):

Link de alguns artigos e reportagens sobre seu trabalho:



Referências:
Silva, Eliana Rodrigues. Dança e pós-modernidade. Salvador: EDUFBA, 2005.
http://www.meredithmonk.org.com; acessado em: 07-09-2011


Daiane Molina
Acadêmica do Curso de Dança Licenciatura
Universidade Federal de Pelotas
contato:dgmolina_@hotmail.com





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                         Anna Halprin



Anna Halprin é dançarina e coreógrafa americana que nasceu em 13 de Julho de 1920, casada com o arquiteto, Lawrence Halprin com quem teve três filhos. Ela estudou na Universidade de Wisconsin no final de 1930, onde desenvolveu um forte interesse na improvisação. Desde então, Anna Halprin não parou de explorar o processo de criação, especialmente a criação coletiva.
Ela influenciou e renovou as artes (dança, teatro, artes visuais, música) nos anos 40, ministrando oficinas onde participaram nomes como o de Yvonne Rainer, Trisha Brown, Robert Morris. Nessas oficinas Halprin propôs o "spots", que introduz o conceito inovador em gesto de dança e uma influência da dança pós-moderna americana. Ela trabalha com uma improvisação que chama de "exploração", com base na definição de uma idéia (ou slogan), onde ela diz o que fazer, mas não como fazer. Halprin vivenciou a transição da dança moderna para a contemporânea, trazendo consigo o experimentalismo e filosofia de Doris Humprey e Mary Wigman, das quais foi aluna. Anna Halprin utilizava o isolamento de partes do corpo que se movimentavam sem ocasionar uma continuidade, esta ideia prolongava as noções de imprevisível e indeterminação propostas por John Cage e Merce Cunningham. E fazia da organização coreográfica um percurso não premeditado, onde as estruturas dependiam inteiramente do cumprimento de uma tarefa, esta ideia, mais tarde, será precursora dos movimentos de ruptura da Judson Dance Church, onde atuavam nomes como Trisha Brown e Yvonne Rainer. Anna Halprin instituiu como procedimento para sua pesquisa a ideia de tarefas cotidianas (everyday tasks) como balançar, andar, cair, engatinhar, varrer, entre outras.  
Ela fundou a Workshop San Francisco Dancer em 1955, um centro público de treinamento do movimento e experimentação em que a comunidade local poderia participar. E em 1965, Halprin recebeu ordem de prisão ao apresentar nos Estados Unidos sua coreografia Parades and Changes onde os bailarinos dançavam nus no palco e utilizavam ações cotidianas, sem nenhuma finalidade erótica ou preocupação com estereótipos de gênero. No entanto, ao apresentar a mesma coreografia dois anos depois na Suécia a nudez do grupo não causou tanto estranhamento.
Em 1971, um diagnóstico de cancêr muda significativamente a sua dança levando-a a trabalhar com pessoas afetadas por doenças graves e a criar o Circle the Earth ( Círculo da Terra) onde é trabalhada a dança como uma ferramenta para transformar o sofrimento da idade, doença e morte. Enquanto fazia o trabalho de câncer do Instituto Creighten ela formou o programa de teatro STEPS, que foi adaptado para atender às necessidades de pessoas que enfrentam o HIV. Este trabalho se concentrou em um processo de psico-cinética de visualização para melhorar a funcionalidade do sistema imunológico comprometido. Um ano depois, ela formou grupos de teatro separados para homens e mulheres com AIDS. E em 1989, remodelou o Círculo da Terra utilizando-o com pessoas com HIV/AIDS. Por esse motivo Anna Halprin é considerada a criadora da maior grande escala de trabalho de dança-teatro que lida com AIDS.
 Em 1978 ela co-fundou com sua filha Daria Halprin o Tamalpa Institute com a finalidade de pesquisa educacional das artes sem fins lucrativos baseada em movimentos de cura. O instituto é agora dirigido por sua filha que escreveu um livro chamado The Expressive Body in Life, Art  and Therapy sobre a cura através do movimento.O institutoé dirigido agora por Daria Halprin, sua filha. Daria escreveu um livro chamado The Expressive Body in Life, Art, and Therapy.
Halprin é a co-criadora do Ciclo de RSVP, uma metodologia que pode ser aplicada a diversas disciplinas além da dança e que consiste em um modelo cíclico, ao invés de hierárquico e linear, que enfatiza a persistência e o processo, ao invés da sequência e obtenção de resultados. R é a inicial de Resources (Recursos); S refere-se ao Score (sentido de pauta ou partitura); V designa as ferramentas de Valuaction (valor-ação);  P é a inicial de Performance ( realização, concretização do projeto).
Seu "Planetary Dance" entre os povos e a terra foi encenada em Berlim, um evento comemorativo do 50 º aniversário da assinatura do Tratado de Potsdam para acabar com a Segunda Guerra Mundial, e envolveu mais de 400 participantes. Além disso, ela é a autora de três livros e lançou inúmeras fitas de vídeo sobre o seu trabalho. Halprin continua a fazer seu trabalho explorando a beleza do corpo no envelhecimento e sua relação com a natureza.

Em setembro de 2004, ela realizou Intensive Care: Reflections on Death and Dying, no Festival D'Automne, em Paris. Em 2006 o Museu de Arte Contemporânea apresentou uma exposição sobre Anna, uma mulher de grandes realizações em sua vida. Em 2009, foi lançado o filme "Breath Made Visible". um documentário da vida de Anna Halprin. Ainda em 2009, Anna apresentou "Spirit of Place" uma homenagem a Lawrence Halprin, seu marido. E em maio de 2011, apresentou "Song of Songs" o primeiro de uma trilogia chamada "Lawrence Remembering".
Algumas criações de Anna Halprin:
Birds of America (1960)
Four-Legged Stool (1962)
Apartament 6 (1964)
Circle the Earth (1986- 1991)
Carry Me Home (1990)
Intensive Care (2000)
Parades & Changes (1965)


Publicações sobre Anna Halprin: 

"Close-Up of Modern Dance Today: The Private Teacher," 
Dance Magazine  (1957)
"Anna Halprin, Fesnans to Dance," California Crossroa (1960)
"I Balletti di Anna Halprin," Sipario (1963)
"Manifold Applications," by Jack Anderson, Dance Magazine (1963)
"La Nueva Coreografia Americana," by Giordano Falzoni (1963)

Livros:

Moving Toward Life: Five Decades Of Transformational Dance (1995) By Anna Halprin
Movement Ritual By Anna Halprin
Returning To Health With Dance Movement And Imagery (2000) By Anna Halprin
 Anna Halprin (2004) By Libby Worth & Helen Paynor
Anna Halprin Experience As Dance (2007) By Janice Ross

Filmes/Documentários:

Returning Home (2003)
Embracing the Earth Dances With Nature (1995)
Breath Made Visible Festival D'automne A Paris (2004)
Circle The Earth, Dancing With Life On The Line (1989)
Dance For Your Life/Ritual of life and Death/Tree 
Dance Planetary Dance 2003

Fontes:

www.marinij.com/ci_8454742?IADID=Search-www.marinij.com-www.marinij.com
www.annahalprin.org
www.revistadadanca.com/node/216
www.tamalpa.org/




Sites Relacionados:

www.earthalive.com/Home.html
weadartists.org/anna-halprin

Link dos videos:

www.youtube.com/results?search_query=Anna+Halprin&aq=f






Ana Teresa G. de Souza
Acadêmica do curso de Dança-Licenciatura UFPel


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                 Yvonne Rainer
             "a mente é um músculo"


Rainer nasceu em São Francisco em 1934. Ela treinou como bailarina moderna, em Nova York de 1957 e começou a coreografar as suas próprias obras, em 1960, formando sua companhia. Discípula de Cunningham, inspirada nas táticas do acaso. Ela foi um dos fundadores do Teatro de Dança Judson, em 1962.
Rainer é conhecida por uma abordagem á dança que trata o corpo como fonte de uma variedade infinita de movimentos do que como fornecedor de emoção ou drama. Emprega na dança elementos tais como padronização, repetição, tarefas e jogos.
Em suas composições, Rainer foca em sons e movimentos, e muitas vezes justapostas as duas em combinações arbitrárias. Rainer traz uma combinação de passos de dança clássica em contraste com o movimento.
Ela utiliza uma quantidade de repetições, e a narrativa empregada são ruídos verbais (incluindo gritos, grunhidos, resmungos, etc.) dentro do corpo de suas danças.

Principais obras


• Dança Ordinária (1962)
•.We Shall Run (1963)
• Trio A (1966)
• Hand movie (1966)
• "A mente é um músculo" (1968)
• Esta é a história de uma mulher que... (1973),
• “após muitos verões Morre o Cisne“ (2000, encomendado pela Dança Baryshnikov Foundation).

Em 1965, como uma reação a muitos dos sentimentos foi referido anteriormente, Rainer criou o seu “Manifesto Não”, que foi uma estratégia formulada para desmitificar a dança:




Não ao espetáculo.

Não ao virtuosismo.
Não transformações e faz de conta.
Não para o glamour e transcendência da imagem de estrelismo
Não ao heróico.
Não ao anti-heróico.
Não a pobreza de imagens.
Não envolvimento do performer ou espectador.
Não ao estilo.
Não ao acampamento.
Não à sedução do espectador pelas astutas ciladas do performer.
Não à excentricidade.
Não a mover ou ser movido.

Esta exploração na redução de dança ao essencial culminou com uma das peças mais famosas de Rainer, Trio A (1966), parte inicialmente de um trabalho maior, intitulado The Mind é um músculo. Algo de uma declaração paradigmática que questionou os objetivos estéticos da dança pós-moderna Trio, A dança era um curta que consistia de uma frase longa. Em Trio A, Rainer pretende remover objetos da dança ao mesmo tempo, mantendo uma abordagem workmanlike de tarefa baseada em desempenho. Não é simples, mas certamente não de fantasia, que era uma peça exigente de trabalho, tanto para assistir e para executar. Ela explorou a dinâmica como a repetição, a distribuição de energia, e fraseado. O movimento consistiu em tarefas orientadas ações, enfatizando o desempenho neutro e com nenhuma interação com o público. A dançarina foi para nunca fazer o contato visual com ela observadores, e no caso em que o movimento necessário a dançarina para enfrentar a platéia, os olhos estavam a ser evitado a partir da audiência, ou a cabeça era para ser envolvido em movimento. Como o Museu de Arte Moderna descreve: "É livre o corpo do dançarino da fragmentação rígida e artificialidade do movimento coreografado." A primeira vez que a peça foi realizada, foi intitulado A mente é um músculo, Parte 1, e foi realizada por um conjunto de três solos simultânea por Rainer, Steve Paxton , e David Gordon Trio. A tem sido amplamente adaptado e interpretado por outros coreógrafos. Rainer coreografou mais de 40 obras de concerto.


vídeos


Referencias


BOURCIER,Paul. Historia da dança no Ocidente.São Paulo: Martins Fontes,2001

BANES, Sally. Greenwich Village 1963: avant-garde, performance e o corpo efervescente. Trad. Mouro Gama. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.




trabalho desenvolvido por Thomas Marinho

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                          Vera Montero




Nascida em 1966, Vera Mantero é uma coreógrafa e bailarina Portuguesa nascida na cidade de Lisboa. Formou-se em Dança clássica com Anna Mascolo e trabalhou no Ballet Gulbenkian durante cinco anos, Cia esta que difundiu a dança moderna em Portugal, dançou com bailarinos nomeados como: Christopher Bruce, Louis Falco, Hans van Manen, Olga Roriz e Vasco Wellenkamp na época o grupo era o mais consolidado. Após um ano de estudos em Nova Iorque abandonou definitivamente os treinos de dança clássica, lá estudou técnicas de release, teatro, voz e composição, a partir disto ela acabou por direcionar o seu trabalho através da dança contemporânea.
Iniciou seus trabalhos coreográficos em 1987 e desde então se tornou uma das coreógrafas mais reconhecidas de Portugal, além de apresentar os seus trabalhos, ministra cursos em muitos países da Europa, América do Norte e América Latina. Atualmente suas criações coreográficas fazem intersecções com a performance e Dança-Teatro.
Vera Mantero acredita que um bailarino deve buscar ser “completo” saber cantar, atuar e dançar interagindo com outras formas de arte como arquitetura, artes visuais etc; deve sempre renovar-se. Vera diz  que vê cada vez menos sentido  num performer especializado (um bailarino ou um ator ou um cantor ou um músico), para ela a dança não é um dado adquirido, acredita que quanto menos o adquirir mais próxima estará dela, usa a dança e o trabalho performativo para perceber aquilo que necessita de saber.
O nome de Vera Mantero é geralmente associado a dança contemporânea,no papel de bailarina e sobretudo de coreógrafa. Mas Vera também é muitas outras coisas, possui varias outras facetas, criou ao longo do tempo e continua a criar diferentes abordagens ás artes.

Dos seus trabalhos destacam-se os solos:




* “Uma Rosa de músculos” (1989)

* “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” (1991);

 * “Olympia” (1993);

 * “Uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings” (1996);

 Assim como as peças de grupo:

* “Sob” (1993);

 * “Para Enfastiadas e Profundas Tristezas” (1994);

 * “Poesia e Selvajaria” (1998);

 * “Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza” (2006);

 * “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos” (2009). 


            Vera Mantero participa em projetos internacionais de improvisão como "Crash landing" e "At the table" iniciativas de Meg Stuart e "On the Edge" iniciativa de Mark Tompkins, entre outros trabalhos de improvisação também ao lado de Steve Paxton. Desde o ano 2000 dedica-se igualmente ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e co-criando projetos de música experimental.



Dentre tantos projetos importantes se destacam:

-No ano de 2002 conquistou o premio Almada (IPAE/Ministério da Cultura Português).
- No ano de 2004 representou Portugal na 26ª Bienal em São Paulo em parceria com o escultor Rui Chafes com a peça "Comer o coração".
-No ano de 2007 montou sua versão do filme "curso" de silencio" (co-realização com Miguel Gonçalvez Mendes).
- No ano 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete um dos mais importantes prêmios artísticos de Portugal e também subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, onde vários artistas de Portugal se uniram contra este acordo, se fazendo ouvir diante da sociedade.

           Vera Mantero vê a vida como um fenômeno terrivelmente rico e complicado e o trabalho como um luta contínua contra o empobrecimento de espírito, o seu e os dos outros, luta que considera essencial neste ponto da história. Seu trabalho foi e é muito importante no desenvolvimento e crescimento da dança contemporânea em Portugal, cidade esta que foi marcada pelo ensino forte do Ballet Clássico, ditadura militar e poder político ainda no séc, XX, onde qualquer tipo de expressão era banido, para que não houvesse revoltas por parte de grupos.

            Outro ponto a ser destacado é o seu constante diálogo com as Universidades, Vera se preocupa em apresentar ás diferentes esferas acadêmicas, principalmente nas áreas da Arte, ela acredita que constantemente os jovens acadêmicos devem estar "ligados" no que esta acontecendo ao seu redor, e aprender a tirar proveito de todas as situação em que a sensibilidade do ser humano esteja envolvida, seja ela pela estética ou não e transformá-la ou apreciá-la em forma de "Arte".



















Videos no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=nVk_9M4SZkc 
http://www.youtube.com/watch?v=UsyEoDBKze4

Referências

Sites:
-http://ilcao.cedilha.net/?p=1319 
- http://www.escritanapaisagem.net/veramantero_d
-http://omelhoranjo.blogspot.com/2006/02/liberdade-do-intrprete.html 
-http://www.ruadebaixo.com/danca-contemporanea-portuguesa.html 
-http://ipsilon.publico.pt/Flash/textos.aspx?id=235946 
-http://blog-de-historia.blogspot.com/2008/04/dana-contemporanea-em-portugal-1974-2004.html





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                                Maria Fux 
                                                       

Maria Fux nascida em 1922 e natural da Argentina, bailarina, criadora de dança e teatro. Começou seus estudos em dança clássica, mas após conhecer a filosofia de Isadora Duncan resolveu mergulhar-se em experiências com o corpo, é também vista como uma percursora da dança terapia mas não se satisfez apenas com o palco e suas performances e publicou um vasto material teórico sobre suas práticas em dança terapia e relatos sobre sua vida.

Sua trajetória profissional¹ :
o   Em 1942 no Teatro del Pueblo começou sua apresentação pública.
o   Entre 1954- 1960 foi dançarina solo do Teatro Colón, mais tarde entre 1960- 1965 tornou-se diretor do Seminário da terapia de dança na Universidade Nacional de Buenos Aires e membro do júri National Endowment for The Arts.
o   De 1965 à 1990, em uma base contínua, realizado shows no Teatro San Martin e oficinas pedagógicas de Dança Terapia em todas as províncias da Argentina.
o   Em 1967 viajou para Lisboa, Portugal, onde realizou atividades relacionadas à Dança e Terapia através da Dança.
o   Em 1968, ele continuou a realizar concertos no país e formação de pessoas com o seu método de Terapia de Dança. No mesmo ano, apresentou um trabalho no Congresso de Musicoterapia realizado na cidade de Buenos Aires, intitulado “Terapia através da Dança, um meio de comunicação para os surdos”.
o   Pela primeira vez em 1971 e inclui dançarino não ouvinte na a mostra, enchendo a sua experiência profissional.
o   De 1971 até agora começou a fazer seminários informativos em casa e no exterior.
o   A partir de 1974, para apresentar todos os anos viaja para a Itália e Espanha, onde, nas cidades de Milão, Florença, Trieste, Madrid e Zaragoza, têm centros de sua metodologia, de forma que monitora constantemente os grupos que espalham suas ideias e estas instalações levam seu nome.
o   Durante 1980, foi convidado pelo British Council a Universidade de Cambridge e uma instituição para surdos e executam atividades, experiências diretas no Hospital Tavistoke com um grupo de médicos da Associação Arooth para intervir com doentes mentais e dependentes.
o   Convidada por A Arte Muito Especial em 1984 no Kennedy Center em Washington apresenta seu método de Terapia de Dança.
o   Em abril de 1970 envolvido na Primeira Conferência Latino-Americana de Surdos, com o seu trabalho sobre a importância da dança como um meio de educação e de expressão para a criança surda.
o   Em 1985, ele viajou a Cuba convidada pelo Ministério da Cultura. Psicoballet vindo a trabalhar com esse país ministrando cursos para formadores em diferentes tipos de deficiências e desde entretenimento durante um mês.
o   Em 1998 ela foi convidada pela Cultura do México, organizado pela Universidade das Artes, onde lecionou cursos de Terapia Dança especialmente. Ela foi convidada para uma clínica psiquiátrica para trabalhar com deficientes mentais
o   Em 2000, o Hospital Psiquiátrico Borda da Cidade de Buenos Aires, convoca à para trabalhar diretamente com médicos e pacientes, que também oferece um show.
o   Em novembro de 2001 ela foi convidada para a abertura do IX Congresso de Gerontologia e Geriatria na cidade de Buenos Aires.
o   Em junho de 2002, foi nomeada Cidadão Honorário da Cidade de Buenos Aires pelo Legislativo da cidade.
o   Continua a fazer coreografia criativa para integração de pessoas especiais e è permanentemente convidada por instituições para ministrar conferências e seminários, testemunhando sua experiência de integração em questões relacionadas com: síndrome, surdo, Down, autista, outras deficiências e idosos.
Publicações¹:
Ela publicou livros foram traduzidos em italiano e Português:
o   "Dance of Life Experience"
o   "Primeiro encontro com Terapia através da Dança"
o    "A formação de dança terapeuta"
o    "Fragmentos da Vida"
o   "Depois da queda, continue com a Terapia através da Dança",
o    Está em preparação "O que é Terapia através da Dança"
Prêmios¹:
o   -1984: Certificado de Reconhecimento do Comitê Nacional de Artes com deficientes
o   -1985: Prêmio de Reconhecimento da Fundação Alicia Moreau de Justo
o   -1996: Diploma da UNESCO para o seu ensino. É nomeado Professor Emérito da Faculdade de Psicologia da Universidad Abierta Interamericana
o   -1999: Para marcar o Ano Internacional das Pessoas Idosas, das Nações Unidas concedeu o reconhecimento pela valiosa contribuição feita em nome da Sociedade Argentina de Desenvolvimento.
o   -2000: É nomeado para a eleição de Mulher do Ano.
o   -2002: Nomeado Cidadão Honorário pela Legislatura da Cidade de Buenos Aires.





Características do trabalho de Maria Fux são os estímulos oferecidos, através da música, do
silêncio, imagens, objetos e cores ela vai propor movimentos e transformações nos que os
fazem, diz que a dança por si só é terapêutica, não se refere à dança como uma cura, mas sim
como transformadora de sujeito e vai experimentar sua proposta em seu próprio corpo quando,
depois de uma queda em um poço, quebra a rótula em duas partes e a partir daquele momento
passa consolidar ainda mais a situação de lidar com a aceitação de seu corpo, em vista que, seus
movimentos tem que se adaptar a sua nova situação.

"É um despertar contínuo. O que aconteceu ontem e hoje eu costumava fazer, eu tenho que
gerá-lo novamente. Então eu estou escrevendo sempre atenta e animada que eu sinto o que eu
penso o que eu sou e o que eu recebo. O que importa é o presente, pensando não ser stall
esquerda. Para mim, eu volto é complicado, no entanto, sinto que daqui para frente é como
mergulhar na piscina e nadar.”
“Eu sempre digo que eu não ensino, mas tento ser uma ponte de comunicação com a minha
experiência. Eu dou essa experiência em uma vida e eu sempre encontrar resposta nas pessoas.
Eu vivo em uma constante busca de coisas que ressoam no meu corpo, porque tudo passa
primeiro pelo corpo.”
"Algo em comum com o corpo e calma, e não pode mentir"























"E o que significa a formação do dançaterapeuta? Integrar o outro através
do movimento criador, aquele que está limitado, tratando de dar-lhe confiança em seu corpo limitado;
e regatar por meio de estímulos com palavras que se fazem corpo, imagens que ajudam, músicas,
linhas, cor e forma; impulsiona-las por meio disso, deixando de lado o “não posso”, avaliando com
enorme paciência o tempo do outro para que esse encontro seja um permanente estado de AMOR,
diante do outro, acreditando nele e servindo de ponte até o infinito, para recupera-lo e dar-lhe a
extraordinárioa alegria de realizar-se com o movimento.” (1996)


Vídeos:
1-      Os dados do quadro da trajetória, publicações e prêmios de Maria Fux foi retirado do site:

Fux, Maria. Formação em dançaterapia/ Maria Fux; tradução Beathiz Canabrava- São Paulo: Summus, 1996.
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=es&u=http://www.mariafux.com.ar/&ei=37GCTu6aJpHPgAfnyvwj&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=3&ved=0CDEQ7gEwAg&prev=/search%3Fq%3Dquem%2B%25C3%25A9%2Bmaria%2Bfux%253F%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1366%26bih%3D639%26prmd%3Divnso




Luana Arrieche
Acadêmica do Curso de Dança Licenciatura/UFPel




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                            Marina Abramović

Natural de Belgrado, Iugoslávia, nascida em 30 de novembro de 1946, Marina Abramović, desde o início de sua carreira nos anos 70, quando estudou na Academia de Belas Artes, tem sido a pioneira no uso da performance como forma de arte visual. O corpo sempre foi seu tema e sua mídia. Explorando os limites físicos e mentais de seu ser, ela suportou a dor, a exaustão e o perigo, na busca da transformação emocional e espiritual, com performances, som, fotografia, vídeo, escultura. Seu trabalho figura em numerosas coleções públicas e privadas, além de contar com participações nas mais renomadas mostras de arte internacionais.
Marina é considerada por muitos como a melhor artista sérvia dentro da video-performance. O seu trabalho enquanto performer, explora a relação entre artista e público e as possibilidades criativas da mente como fonte das suas criações. Um trabalho polémico, com temáticas chocantes mas sempre reflexivas, como a guerra, o trauma, a vida e a morte, mas também, sobre a relação corpo/ espaço, o silêncio, a tradição, ou a própria arte.
Resistência e aumento da consciência do tempo talvez tenham sido as duas principais preocupações do trabalho de Marina desde que iniciou sua carreira, em 1971, com uma obra chamada Metronome. Em outros trabalhos ela se cortou com facas, deitou dentro de um pentagrama em chamas, sentou diante do público e ingeriu drogas psicoativas destinadas ao tratamento de esquizofrênicos e catatônicos, gritou até perder a voz (isso levou três horas) e dançou nua e encapuzada até entrar em colapso (isso levou oito horas). No famoso trabalho Rythm 0, de 1974, Marina dispôs, em uma galeria, uma mesa com 72 objetos aleatoriamente escolhidos. Entre os objetos havia um revólver, uma bala, um chicote, um batom, um bisturi, um casaco, sapatos e azeite. Ela permaneceu ali das 20h às 2h, e permitiu que os espectadores fizessem o quisessem com ela usando os objetos que se encontravam na mesa. No final, ela estava sem blusa, chorando, com um maço de alecrim nos ombros e pétalas de rosa sobre os mamilos. As pessoas a pegavam no colo, carregavam-na pela galeria, vestiam e desvestiam-na, no geral tratando-a como se fosse uma boneca.
Em 1976, Marina começou a colaborar com seu namorado, o artista Ulay. Jamais existiu colaboração entre dois artistas tão íntima e intensa. Eles literalmente seguravam a segurança e sanidade um do outro em suas mãos durante suas performances, que incluíam muita nudez, gritos, colisões de seus corpos, flechas, espelhos quebrados, cavalos afastando Marina e Ulay um do outro... você entendeu. Era turbulento, e não era o tipo da coisa que poderia durar para sempre. Em 1988, eles concluíram sua última colaboração, na qual saíram de extremos opostos da muralha da China e andaram 2.500 km até se encontrarem. Ao se encontrarem saíram cada um para um lado e foi selada a sua separação conjugal e artística.
O trabalho solo de Marina de 1995 em diante, lida mais explicitamente com sua herança balcânica do que qualquer trabalho anterior. Seus pais foram heróis na Iugoslávia. Em The Hero (2001), Marina exibiu as medalhas militares e objetos pessoais de seu pai. Em Balkan Baroque(1997), ela limpou 1.500 ossos de vaca em uma galeria enquanto cantava canções folclóricas iugoslavas que aprendeu quando era criança. Em Balcan Erotic Epic (2005), hordas de figurantes representando o estereótipo de camponeses entravam em um frenesi sexual, as mulheres esfregando os próprios seios e os homens literalmente metendo em buracos no chão.
Em 2005, Marina realizou Seven Easy Pieces, uma obra intensamente discutida, na qual ela recriou performances clássicas de Bruce Nauman, Vito Acconci, Valie Export, Gina Pane e Joseph Beuys, além da reperformance de sua famigerada—até para seus padrões—obra Lips of Thomas, de 1975. Essa exposição parece ter sido a fagulha que resultou na retrospectiva do MoMA, que incluiu The Artist is Present (durante o horário de funcionamento do museu, entre 14 de março e 31 de maio de 2010, Marina estava à disposição dos frequentadores que quisessem sentar-se à sua frente em silenciosa comunhão pelo tempo que desejassem ou conseguissem. Algumas pessoas ficaram horas, outras minutos. Algumas choraram, outras não. Algumas pessoas tentaram sacanear e foram convidadas a se retirar. Muitas pessoas esperaram em uma fila enorme sem a garantia de que no final se sentariam na cadeira diante de Marina. Ao longo do bizarro desfile de admiradores, detratores e curiosos, ela se manteve sentada, impassível, totalmente quieta e geralmente ilegível). O sacrifício por trás de "The Artist is Present" é um elemento nuclear do percurso de Marina Abramovic: os pais dela juntaram-se à resistência comunista durante a Segunda Guerra Mundial, o tio-avô era o patriarca da Igreja Ortodoxa, e a sua carreira como performer organizou-se em torno da dor e do sofrimento. "Tudo na minha infância tinha a ver com o sacrifício: em favor da religião ou do comunismo. Ficou gravado em mim. É por isso que tenho esta força de vontade doentia. O meu corpo começa agora a desabar, mas isto é o que eu vou continuar a fazer até ao fim". Além do jogo de encarar de Marina, o MoMA também apresentou vídeos, fotos e objetos de arquivo junto com um grupo de jovens artistas performáticos que recriaram muitas das obras de Marina (do período com Ulay em diante). As versões cover de Marina e a recriação de performances antigas utilizando novos artistas não têm precedentes no mundo da história da arte performática. Puristas não gostam disso, mas os admiradores que ainda não tinham nascido quando os originais foram encenados agradecem.
Referências Bibliográficas








                     
                                  Xavier le Roy




Acadêmica : Ândrea Rodrigues


Xavier le Roy  estudou biologia molecular na Universidade de Montpellier.Ele trabalha como dançarino e coreógrafo desde 1991.De1997 a 2003, foi artista residente em Podewil-Berlin.Ele realizou trabalhos como Self Unfinished (1998),Product of Circumstances (1999), Xavier le Roy2000),um trabalho de Jêrome Bel, Giszelle (2001) criado em colaboração com Eszter Salamon,Project  (2003) um trabalho com 15 performers. Ele também realizou Das Theater der Wiederholungen (2003), uma ópera de Bernhard Lang e Mouvemenys fur Lachenmann. Em 2006 coreografou Ionisation de Edgar Varése, com 40 crianças.Em 2004 e 2006, ele esteve envolvido em vários programas educacionais em diferentes contextos e instituições.Em 2007/2008 foi associado no Centro Coreográfico Nacional de Montpellier.Em 2010 foi artista residente  do Programa de Arte Cultura e Tecnologia do Mit.
Le Roy rejeita completamente a imagem de como um dançarino deve ser. Como coreógrafo e dançarino, ele trabalha com as dimensões incomuns de seu corpo, explorando as qualidades e descobrindo suas específicas possibilidades. Os defeitos de seu corpo o levam a uma virtuosidade fisicamente estranha e ao absurdo . “Le Roy fragmenta o macrocosmos do seu corpo para buscar relação entre imagem corporal e identidade” (Shilcher 2002,33).
“Questionar corpo comum á um corpo deficiente...”
Xavier le Roy nos mostra em sua composições o quão belo e interessante é seu corpo comumente considerado desproporcional. Realmente braços longos e seu movimento cotidiano parecem desengonçado. Se olharmos ao caminhar nas ruas talvez nem pensássemos ser um bailarino ( dançarino) famoso. Então devemos rever nossos preconceitos e redefinir dança e o corpo dançante. (Ciane Fernandes – Mexendo as cadeiras/ Como sistema Laban-Bartenieff pode ser bom para tudo?).Entre seus trabalhos :

Self Unfinished (1998)
Aos poucos começa dobrar e desdobrar seu corpo sozinho ou contra parede ou embaixo da mesa, por dentro da roupa masculina que vira um “vestido”. Le Roy associa variações no peso (forte ou leve ), fluxo ( contido ou livre ), e foco direto.

Product of Circumstances: Biografia como teoria. Uma conferência autobiográfica torna-se performance. Meu corpo como matéria prima para organização social e cultural e como prática de uma necessidade crítica.As relações entre processo e produto quanto seu próprio envolvimento no processo.
Low Pieces (2009/2011)
Em face de estes corpos nus, a imagem social do bailarino ter uma conversa, presente nos olhos dos espectadores apenas um momento antes, desaparece. Qualquer palavra que possa descrever esse sentimento parece curta ou além do que nos é mostrado. A cena poderia representar um rebanho de animais em repouso, um bando de leões sob o sol, uma composição de plantas... Essas imagens vêm um após o outro em nossa imaginação. O grupo de indivíduos se transforma em um grupo de natureza indeterminada, capaz de receber todas as nossas projeções. Xavier Le Roy, assim, joga com os nossos sentidos e, mais uma vez perguntas nesta criação à maneira como percebemos um corpo. Ao rejeitar os códigos de vestimenta e remoção de movimento de hábitos sociais, ele propõe uma comunidade liberado de sua humanidade para o espectador. Animal? Mecânica? Vegetal? Diante de nossos olhos, uma série de paisagens coreográfica sugere outra forma de estar no mundo.
Xavier le Roy ( Butô ): A partir de um e-mail de Boriz Charmatz : “ Uma vez disseste-me que levarias apenas duas horas para te tornares um bailarino de butô”. É como contar uma história conta os passos que deu desde receber o e-mail, as memórias dos espetáculos de butô. O butô é um pretexto para pensar sobre as condições de produção de espetáculo como arranjamos informação, o que fazemos para resolver o problema.No final não dançou o butô, o processo fez-lo refletir sua obra.
Le Sacre du Printemps:
Ao observar Sir Simon Rattle reger a Filarmônica de Berlim, durante os ensaios de Le sacre du printemps, em 2003 (documentado no dvd Rhythm is it), Xavier Le Roy decidiu trabalhar com o clássico de Igor Stravinsky. Sem qualquer treinamento musical, mergulhou em intensos estudos sobre a interpretação dos maestros, considerando seus gestos uma coreografia própria. Uma inversão de causa e função se revela: gestos e movimentos que deveriam fazer os músicos tocarem parecem, ao mesmo tempo, serem produzidos pela música que deveriam produzir. Que movimento caracteriza o antes e o depois de um determinado som, força motora de uma peça? Há tantos corpos quanto a formas e perspectivas de se ouvir: o que ouve o músico, o regente e o espectador?


 Vídeos :
http://www.youtube.com/watch?v=G3rv1TeVEPM
http://www.youtube.com/watch?v=2ZUxQJ5NDIk
http://www.youtube.com/watch?v=z0HS_DU-stc

Bibliografia :
FERNANDES, Ciane. Mexendo as Cadeiras: em que o sistema Laban/Bartenieff  pode ser bom pra tudo?
http://www.dimenti.com.br/interacaov/?p=190

http://www.xavierleroy.com/page.php?sp=69caa2510bce2be93732e5c2739db89ba96ccaaf&lg=fr
http://idanca.typepad.com/photos/artistas_2007/lesacreduprintemps_5_vincent_cavaroc_bai.html
http://www.goethe.de/kue/tut/cho/cho/hl/ler/enindex.htm
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 Lucinda Childs





“Doce e agreste, sofisticada e simples, profunda e superficial” (CUNNINGHAM, Merce).



Nascida em Nova York, em 26 de junho de 1940, Childs começou a dançar com 6 anos de idade mas sua ambição era ser atriz.
Começou sua carreira como coreógrafa e bailarina, nos EUA, estudou na renomada Brearley School, onde aperfeiçoou sua técnica com algumas lendas da dança, entre eles Merce Cunningham, afirmando sua opção pelo estudo da dança enquanto linguagem e expressão.
Suas composições são conhecidas por seus movimentos minimalistas ainda em transições complexas. Childs é mais famosa por ser capaz de transformar o menor movimento em uma obra de arte intrincada coreografia.
Seu uso de padrões, repetições tem causado para ela um estilo único de coreografia que é muitas vezes imitado por sua capacidade de experimentar.
Em 1963 ingressou da Judson Dance Theater, onde passou a considerar a utilização de novos elementos para o vocabulário da dança, como textos, projeções e espaços inusitados. A partir dessa experiência concebeu um estilo na dança associado à Arte Conceitualembora suas composições sejam estruturadas através da estética Minimalista tendo o movimento como o condutor dos mínimos gestos.


Em 1973 fundou sua própria companhia: “The Lucinda Childs Dance Company” tendo apresentado, desde então, suas coreografias nos palcos de todo o mundo, dentre as quais se destacam: Pastime (1963), Carnation e Street Dance (1964), Vehicle (1966), Untitled Trio (1968), Radial Courses Cross Words (1976), Dance (1979), Available Light (1983), Portraits in Reflection (1986), Perfect Stranger (1990), Salomé (1992) e Hammerklavier (1996).


Na sua obra Dance filmada por Sol Lewitt, acaba por incomodar perante a sensação de repetição continua das mesmas estruturas melódicas compostas por Philip Glass ou dos mesmos movimentos das bailarinas, quer a circularem no palco, quer na sua projeção em cima delas. E, no entanto reconhece-se sentido no que ela afirma, quando considera tal peça uma forma de transporte do espectador para uma transcendência inclassificável, que tanto pode conter algo de religioso, como algo de exacerbamento sensitivo como o obtido mediante recursos alucinógenos.






bibliografia: